terça-feira, 30 de junho de 2009

Assim, não brinco!


Encontro-me em estado de amuo. Enquanto os membros da minha família não derem sinais de terem visto os álbuns lindos lindos que eu construí depois do almoço de Domingo, não escrevo, pronto! O blog é meu, eu é que mando.
Foto: o nosso querido Bernardo, ainda bebé, da 1ª vez em que o prenderam à corrente. Ficou danado...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

ADEUS


Com a morte de Farrah Fawcett e de Michael Jackson, ficámos sem dois dos ícones mais representativos dos anos 70 e 80. Tive um champô com uma fotografia dela e dos seus belíssimos cabelos (no tempo em que não havia extensões) e desejei, do fundo da minha alma, tornar-me numa mulher tão bonita como ela. No dia em que a MTV mostrou ao mundo o teledisco "Thriller", o mundo parou, para ver. Michael Jackson chocou esse mundo pela última vez, ao morrer na madrugada de hoje, com 50 anos, de um ataque cardíaco fulminante. Farrah foi vítima de um cancro prolongado, a que não resistiu. Nunca esquecerei "Os Anjos de Charlie" da minha infância e muito menos temas e telediscos históricos como "Billy Jean", "Thriller", e "Bad". Este é o retrato que quero guardar de ambos e assim permanecerão na minha memória.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Festejando com Roberto Benigni


Ontem festejei com o meu filho. Estreámos o baloiço do jardim com um copo de Ice Tea e uns pistachos, jantámos piano grelhado (o cão agradece), brindámos ao 9º ano com um golo de "Uvas Douradas" e, de sobremesa, vimos o dvd "O Tigre e a Neve", de e com Roberto Benigni. Que filme maravilhoso. Que belíssima história de amor. Obrigada, patuska.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Uma boa notícia


Hoje recebi uma boa notícia: o meu filhote entrou para o 9º ano, sem negativas. Parabéns, Gugas! Se acham pouco o meu post de hoje, eu acho muito! É dia de celebrar... Tchin-tchin!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Operação de salvamento

Esta semana iniciei as buscas de salvamento de uma velha amiga que julgava definitivamente encarcerada há três anos - uma novela que escrevi entre 2002 e 2006. O pequeno romance vai ter a oportunidade de rever a luz do sol e dar-se a conhecer a novos leitores. Por isso não pude evitar mais uma tentativa de resgate, para que esteja apresentável. Entretanto, aos meus olhos, envelheceu, desactualizou-se. Dou por mim a fazer-lhe acrescentos, a comprar-lhe um guarda-roupa novo, a aparar-lhe a existência. Lá irá o texto esforçar-se para ser livro, mostrar as habilidades, uma vénia aqui, outra ali, qual bobo da corte. Cabeça erguida, costas direitas, olhar firme no horizonte.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma matinée na ópera

Uma volta pelo CCB, uma espreitadela ao ensaio de som dos "Shout!" para o espectáculo de hoje à noite no Grande Auditório, um lanchinho na esplanada, um rápido namoro aos aventais e t-shirts do Corto Maltese, e um convite muito especial para assistir ao ensaio geral da peça "Dido e Henaeas", de Henry Purcell, dos alunos do Conservatório Nacional, em cujo coro se encontra o meu rico filho. Ai, orgulho da mãe. Uma troca de olhares cúmplice. A vantagem de uma sala para 72 pessoas é a de ficarmos tão perto, que quase podemos sentir o pulsar dos corações daqueles pequenos artistas.

domingo, 21 de junho de 2009

O riso e o luto

As pessoas de riso fácil e constante boa-disposição começam a deixar-me nervosa, desconfiada. Depois da sedução do primeiro contacto, cedo ou tarde revelam um cérebro oco de ideias, um espírito fraco. O riso e a boa-disposição não são uma pastilha que possamos engolir pela manhã, como que a prepararmo-nos para o mundo. O riso e o optimismo conquistam-se, porque a vida é difícil. Por isso começo a ficar alérgica a receitas electrónicas para a felicidade, que circulam em todas as caixas de correio, como caruncho, roendo e devassando as mentes mais inseguras. Teremos chegado a um nível tão patético que precisamos de nos forçar a sorrir todos os dias, ou enviar postais com coraçõezinhos aos familiares e amigos, a lembrá-los de que gostamos deles?
Então e nos dias em que preciso de estar de luto?
Então e os sentimentos, valem menos do que a memória curta?
É que a tristeza existe e o amor, felizmente, não se esquece.
E por fim, quando vem o riso, ou, melhor ainda, um enorme sorriso interior, roçamos a felicidade ao de leve, aquela coisa que se pode tocar, mas nunca se agarra.

sábado, 20 de junho de 2009

Beijos


O QUE ANDO A LER...
"Odiava os Bjs. Qualquer dia, dissera já a Gracinha, dou-te mesmo Bjs em vez de beijos: beijo-te sem vogais. Ela acusara-o de ser bota-de-elástico. Não, não se é bota-de-elástico só porque se quer beijar e ser beijado por extenso."
(JOÃO AGUIAR, IN "O Priorado do Cifrão")

sexta-feira, 19 de junho de 2009

FÉÉÉRIAAASSS!!!








O último dia de aulas! Gritam com a voz do interior, gritam, radiantes, para partilhar o imenso alívio de ver chegada a data tão esperada: 19 de Junho.
Pousar as mochilas, os livros, os cadernos; descansar a cabeça de aulas, horários, TPC's, testes. O gozo de acordar sem despertador; poder dormir até tarde; encontrar os amigos fora da escola; ir para a praia, ao cinema, ao café; sair à noite, bezerrar frente ao televisor; jiboiar na cama ou no sofá, a ouvir música. E pensar que despacharam mais um ano: avançando, com mais ou menos entusiasmo, para o ano seguinte, que está sempre mais próximo da meta. Aqui ficam votos de umas férias excelentes para todos os que se esfalfaram ao longo destes 8 ou 9 meses e, já agora, toca a ajudar os pais que, coitadinhos, continuam a trabalhar, sim? Pôr a mesa, ajudar os irmãos mais novos, manter o quarto arrumado, dar banho ao cão, essas coisas.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Cheia de sorte, mãe

- Acho que não vou ter negativa nenhuma, mãe.
- Ai é? Então?
- Então... o meu problema era a português e eu perguntei: Então, stor, vou ter negativa? E ele, Ai pois vais, vais ter 2-!
- 2 menos..?
- Sim, mãe, e então é porque vou ter positiva, ele estava gozar, porque, quanto muito, eu ia ter um 2+!
- aah... - disse eu.
- Sempre vais a Espanha! - Disse ele num tom condescendente e paternal. - Cheia de sorte...
É que estava assim combinado: o meu filho só teria férias no sul de Espanha, se passasse sem negativas nenhumas. Se ficasse de castigo, levava-me de arrasto, pois se ele não fosse, eu também não ia.
Obrigada, filho.
Ao que nós chegámos...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O primeiro sol

O primeiro dia de praia. Enfim, a primeira tarde. Ajuizada que sou hoje em dia com estas coisas do sol, fui apenas a meio da tarde, como reza a regra do primeiro sol. O parque de estacionamento meio vazio, a esplanada idem, a praia, bendita seja, tinha meia dúzia de toalhas e muita areia livre. Os corpos estão brancos, destoando da paisagem, que os pede bronzeados, a compor o postalinho. Os surfistas estreantes treinam com uma imensa falta de jeito. Um deles tentava surfar as meras carreirinhas, com uma prancha de windsurf tamanho XXL. Enquanto esperava a "onda", ficava especado, de pé, em cima da enorme jangada de fibra. Visto da praia, parecia jesus caminhando sobre as águas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Novo livro de Agualusa


Aiai, a chuva de livros a que não se consegue resistir!
Sai mais um do forno, ainda quentinho: "Barroco Tropical". Encontrei-o aqui:
http://vaocombate.blogs.sapo.pt/ no singular blog da Patrícia Reis (escritora, jornalista, editora da revista "Egoísta" e outras maravilhas). Espreitem, por favor, se quiserem conhecer o autor um pouco melhor e ficar, como eu, cheios de vontade de comprar o livro.


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Chegar a bom porto

Terminar uma tradução sabe quase tão bem como terminar de escrever um livro. A sensação de levar a bom porto um qualquer projecto é sentirmo-nos atletas a cortar a meta, uma competição algo egoísta entre as nossas capacidades e os obstáculos que vêm de dentro. Os medos, a preguiça, a inconstância, o pessimismo, a tentação de ficarmos pelo caminho, distraídos por tantas outras metas que nos dispomos a cortar, são como adversários que deixamos para trás.

domingo, 14 de junho de 2009

:-)

Quase ao fim do dia, em jeito de diário quando nos vamos deitar, posso dizer apenas isto: foi um dia bom.

sábado, 13 de junho de 2009

Parabéns, Fernando!


E como hoje é o dia do aniversário de Fernando Pessoa, aqui fica outra sugestão para enriquecerem a vossa biblioteca: "Citações e Pensamentos de Fernando Pessoa", Casa das Letras, 1ª edição, Abril 2009.

O novo livro do Chico


É lançado hoje em Portugal o quarto romance de Chico Buarque, intitulado "Leite Derramado", que, desde Março passado, já foi considerado no Brasil como tendo todos os ingredientes para se tornar num clássico. Desta vez, trata-se de um romance histórico, que retrata o Brasil após a Escravatura e que lembra em parte, dizem, o "Dom Casmurro", de Machado de Assis. A não perder, com certeza.
Espreitem o site da RTP, para "ouvirem" um pouco do livro, na voz do próprio Chico.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A sós

Saber estar sozinho. Não cair no erro patético da fuga à solidão. Ter o nosso corpo como companhia, puxar a rédea aos pensamentos, e o lustro às nossas vontades. Parar verdadeiramente. Parar, para avançar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Joanna Newsom

Esta menina, que conheci há uns anos e que agora deve ser uma mulherzinha, encantou-me, com a sonoridade cândida e onírica da sua música, que nos transporta para um universo infanto-juvenil recheado de seres da floresta: fadas, duendes, anjos, bruxas e outros seres invisíveis, cuja existência não está provada cientificamente mas que, ainda assim, povoam o nosso imaginário... e ainda bem.
Quando oiço isto, fecho olhos e sou criança outra vez.
http://www.youtube.com/watch?v=IYl0uLrXP7U

("Sprout and the Bean")

terça-feira, 9 de junho de 2009

Charles Dickens

Hoje é o aniversário da morte de Dickens. Todos conhecemos o seu universo obscuro, que tanto influenciou outras gentes das Artes, como o realizador Tim Burton. Ficam aqui algumas frases célebres desta personagem insólita, que sempre me fascinou.
"O moralista é como um sinal de trânsito que indica para onde se pode ir para uma cidade, mas não vai."

O homem nunca sabe do que é capaz, até que o tenta."

A caridade começa em casa e a justiça na porta ao lado."

"A verdadeira diferença entre a construção e a criação é esta: uma coisa construída só pode ser amada depois de construída, mas uma coisa criada ama-se mesmo antes de existir."
Roubei as citações daqui:



(foto: Blog "The Oyster's Man". Foto do topo: "Bygone Books Blog")

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ditos de José Luis Peixoto

"Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afectivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros."
"A juventude é uma das condições mais arrogantes que se pode experimentar. Isto porque, actualmente, faz parte da própria noção de juventude não perceber a sua extrema transitoriedade. Todos nos dirigimos para a velhice."

"A leitura depara-se com uma série de obstáculos, é muito mais fácil sentarmo-nos no sofá a ver televisão do que a ler um jornal. E a questão parece ser esta sociedade de facilistismo em que deixou de se perceber que as coisas que dão algum trabalho também são as que dão mais prazer, porque são conquistadas."

"...porque baixar os braços é ficar sempre no mesmo sítio."

(JOSÉ LUIS PEIXOTO, Citações retiradas do DN, entre 2003 e 2007. Foto: Adriana Freire, blog da Casa Fernando Pessoa)

domingo, 7 de junho de 2009

Samba do grande amor

Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador

Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada p'rum grande amor
Mentira

Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor
Mentira
Reservei hotel Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada p'rum grande amor
Mentira
(CHICO BUARQUE)

À Pilarinha e à Patuska, pelas saudades.

sábado, 6 de junho de 2009

O Rato da Cidade e o Rato do Campo

Ontem inscrevi-me no Facebook. Poucas horas depois, deu-se uma chuva de acenos de mão, beijinhos, risos, perguntas, exclamações. Entrar no Facebook é como aparecer numa festa de arromba, na cidade: uma onda de encontros e reencontros, abraços, gargalhadas, imagens, troca de contactos, música e dança. Anda na boca de toda a gente, como a pasta medicinal Couto. Algo estonteante e cansativa, se ficarmos muito tempo por lá.
Este meu blog, por contraste, é um jantar sereno no campo, à luz de velas aromáticas, com música suave e conversas longas, pela noite fora. Tendo em conta que a palma da nossa mão direita passa horas agarrada a um rato, lembrou-me o conto tradicional "O Rato da Cidade e o Rato do Campo".

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Palavras estreladas

Escrever aqui é como lançar palavras ao espaço sem saber se ficarão em órbita, ou se irão transformar-se em estrelas cadentes, que arranham o manto negro do céu, para cruzar o campo de visão de alguém.
Sempre que as minhas palavras provocam "ohs!" e "ahs!", sinto-me artífice de estrelas cadentes e devo dizer-vos, queridos leitores, que é uma boa sensação. Obrigada, Pedro, pelo teu email.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

The Silver Donkey

Estou a ler o livro infanto-juvenil "The Silver Donkey", de Sonya Hartnett. Hoje dei com um parágrafo que me tocou especialmente e que traduzo aqui:


"Por vezes o Tenente Shepard pensava que a guerra não era uma luta entre homens, mas sim entre poderosos deuses invisíveis ou demónios que usavam homens como munições. Estes deuses ou demónios não eram seres conscientes: de certa forma, eram como crianças mimadas a brincar rudemente com os seus brinquedos, sem razões para serem cuidadosos, sabendo que aquilo que se estragasse ou perdesse seria substituído como por magia."

(SONYA HARTNETT, IN "The Silver Donkey", pág.141)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ingenialidades

O génio da lâmpada olhou para mim com ar enfastiado e disse:

- Então, demora muito? Tenho mais que fazer.

- A vida é difícil, génio. Não nos preparam para formular os nossos desejos assim, do pé para a mão, quando a oportunidade surge.

- Concedo-te três desejos. TRÊS! Será assim tão complicado?

- É uma grande responsabilidade... tinha que ter sonhado ainda mais do que sonho e... já sonho tanto...

Exasperado, o génio não quis saber da gratidão que me devia e fugiu dali, serpenteando por entre o arvoredo.

- Bolas, foi-se, pensei. Logo agora, que eu estava quase a decidir-me...




terça-feira, 2 de junho de 2009

Shout!

Uma sugestão musical para este mês: o grupo vocal de "gospeling" SHOUT irá actuar no CCB, no próximo dia 22 de Junho. Vale a pena espreitar. Digo eu, que sou cantora profissional há quase vinte anos e que reconheço um bom projecto quando o vejo. Já muitos leigos comentaram, ao ouvi-los, com espanto: "Aaah, isto soa tão bem! Nem sabia que eram portugueses...". Mas são. Já enriqueceram a sonoridade de muitas gravações e actuações ao vivo, como as de Sara Tavares, Rui Veloso, Boss AC, etc.
O preço dos bilhetes varia entre os 5 e os 20 euros.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O algodão não engana

No seguimento do post de ontem, venho de regressar da capital e dou graças por isso. Se tivesse de ir e vir todos os dias enlouquecia, certamente. Ao fim de pouco tempo encurralada entre carros, buzinadelas e a poluição citadina que sinto em cada poro, anseio, invariavelmente, por estar de volta ao meu recanto bucólico. Uma das provas do suplício está na minha pele, pois o algodão não engana: de cara lavada (leia-se "sem maquilhagem"), passei um disco imaculado no rosto e o algodão mostrou-me o tom pardo e triste de oito horas passadas em Lisboa. Agora é hora de lavar a alma com um copo de vinho branco e uns aperitivos e apreciar a luz do fim da tarde sobre o casario ao longe, o arvoredo e a vinha. É bom regressar a casa.