Quando o azar nos persegue é tramado. Parece uma sombra, uma nuvem negra que nos chove em cima, como se fôssemos o Cascão. Bem diz o ditado que uma desgraça traz sempre companhia. Cobardia? Terá medo de andar sozinho, o azar? Porque não nos chega orgulhosamente só? Seria simpático da parte dele. Algo me diz, porém, que a simpatia não faz parte dos seus encantos. Cola-se-nos à pele como parasita, envenenando o sangue dos nossos dias. Calculo que muitas das vezes seja acusado sem justa causa, nem provas conclusivas. Não, não falo do caso Freeport, já não posso ouvir falar no Freeport. Falo de um azar injuriado, que, como da fama já não se livra, arca com a culpa dos nossos gestos. Talvez o azar seja uma invenção nossa, para justificarmos as consequências de cada erro. À impossibilidade de juízo, pedimos sorte. Sim, venha ela! Venha a sorte ao nosso reino. Por favor. Nem que seja uma mentira piedosa.
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