(inspirado em Oscar Wilde, O Rouxinol e a Rosa)
Os
olhos dele, quase humanos, imploravam liberdade. Feita de prata e safiras, a gaiola
era de uma beleza fria, inútil. Olhando-o, a mulher bebeu a infusão de pétalas.
O pássaro soltou um guincho de saudade e ela compreendeu: aquele era um homem
de asas presas, sofrendo pelo seu amor interdito. A mulher abriu a portinhola.
Ele soltou as asas e foi cravar no peito o espinho da rosa mais próxima. E a
maldição quebrou-se, enfim.
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