Não fazer quase nada. Ficar de pijama de malha polar e roupão, entregue ao conforto do ócio. Até o serra da estrela desiste de ser territorial e acaba por consentir na presença da cadela, que se enrosca aos meus pés. Dormem ambos comigo, neste escritório onde apenas se escuta o tec-tec-tec dos dedos no teclado e a chuva a embater contra os vidros. Lá fora a terra inunda-se, os ramos das árvores são sacudidos pelo vento. Ponho qualquer coisa a descongelar, a cama fica por fazer, o automóvel inútil, parado em frente à porta, entende que estes são dias de clausura, em que só as janelas, de vidro ou virtuais, constituem o nosso contacto com o mundo.
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