quarta-feira, 23 de março de 2011

Cuca Roseta

Uma jovem e grande cantora, ainda por cima linda de morrer. Apropriado para o nosso fado, que também tem uma primavera e um renascer. (a rima foi involuntária, desculpem)

2 comentários:

  1. Vera
    Ontem , pelas 6:30 da manhã já estava no aeroporto de Bissau a levantar voo na Senegal Air Lines a caminho de Dakar. Cheguei por volta das 7:30. O aeroporto já fervilhava de gente normal e gente esquisita. Segui para a cidade que fica a cerca de 15Km do aeroporto. La, desenrolei o meu trabalho e cerca das 17:00 estava novamente a chegar ao aeroporto Léopold Senghor o Presidente, escritor e poeta senegalês, pai da independência.
    Procurei o painel informativo. O voo estava atrasado sem hora de partida. A Senegal Air Lines, companhia novinha em folha, começa já a ser conhecida por Air Peut-Être. Por fim anunciaram para as 21:30 a partida. Calmamente preparei-me para queimar 4 horas, entre ver montras, uma duty free shop apontada para árabes e pequenos bares enfeitados de esplanadas pitorescas.
    Ao atravessar um portão de embarque deserto de gente encontrei abandonado numa cadeira um jornal Expresso meio desfolhado. Deitei-lhe a mão para melhor passar o tempo porque jornais por ali, se não forem árabes são franceses com certeza. Uma ou outra publicação em ollof, língua que se recomenda tanto como o árabe.
    Sentado num cafezinho a beberricar um blody mary, pouco blody e demasiado mary, fui desfolhando e lendo transversalmente o jornal., até que cheguei a uma revista em encarte chamada Atual, Na capa, uma rapariga vestida de branco com um ar angelical. Na manchete ‘Cuca a nova voz do fado’. Li o artigo e fiquei admirado como Portugal produz e depois ignora pessoas que, aparentemente tanto valem para gentes de além-mar que não portugueses. De repente lembrei-me de ter visto no seu blogue qualquer coisa sobre uma fadista nova. Larguei o jornal mas guardei a revista.
    Quando cheguei ao hotel, noite dentro, liguei o computador, entrei no seu blogue e pus a tocar ‘Tortura’. Realmente o fado pode ser uma coisa muito bonita. Então, senti que devia de ler novamente a entrevista, porque agora fazia muito mais sentido tudo o que lá se dizia e a Cuca Roseta afirmava.
    Tenho andado mesmo distraído pois não dei por que nada disto estivesse a acontecer. Ignorei o seu aviso no blogue.
    Não quero perder mais tempo e quando chegar a Portugal, numa FNAC que esteja mais à mão, haverá com certeza um exemplar de ‘Cuca’ à minha espera. Vou voltar para casa a escutar uma voz de eleição.
    Neste Mundo globalizado, não sei se o Senegal faz parte dos 120 países onde o CD da Cuca vai ser lançado, mas curiosamente foi lá, no aeroporto de Dakar, que abandonada numa cadeira eu a descobri.

    Bissau, 12 de Abril de 2011
    Mário de Sousa

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  2. Querido Mário,
    Ao contrário do que diz, acho-o longe de andar distraído. Quem dera muitos terem o seu sentido de observação. Sei que o fado da Cuca Roseta e do Mário Pacheco (calculo que a tenha apadrinhado, como guitarrista veterano no fado)ficarão em excelentes mãos no dia em que comprar o CD.
    É verdade, não acarinhamos os nossos valores, senão quando fazem sucesso lá fora, o que é uma vergonha. Parece que não temos qualquer auto-estima com esta mania de só despertarmos com a validação exterior d um qualquer tesouro. Atenção, não me refiro a essa nova estação de rádio de que tanto se fala: FMI! ;-)
    Já agora, recordo outra grande voz do fado jovem feminino: Ana Laíns. Procure, que não se irá arrepender.

    Grata por mais um precioso comentário seu,

    Vera de Vilhena

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