terça-feira, 17 de novembro de 2009

O dossier cor-de-rosa

Hoje abri um velho dossier que andava fechado há muitos anos e que arrastei comigo pelas várias casas onde fui morando. Nele guardo ainda alguns “pontos” (testes) de filosofia e de português dos tempos de colégio, poemas, cópias de cartas, desabafos em tom de diário, primeiros exercícios de escrita a até uma primeira tentativa de romance (autobiográfico, é claro…)! Fiquei pasmada com a data, pois nem me recordava desse esforço patético de "livro": 1 de Setembro de 1986: tinha 17 anos. Coitadinha, como eu escrevia mal! Mas existe algo de muito certo nisto de confirmar que antes escrevíamos mal, cantávamos mal e fazíamos…eeeh.. uma série de coisas mal (risos). Pelo meio de muita ingenuidade adolescente, encontrei um comentário maduro, a propósito do erro de cair na tentação de escrever uma obra maior do que a nossa modesta experiência de vida: “Não posso de maneira alguma entregar-me a uma história, sem saber como lidar com ela. Seria o mesmo que trazer para casa um estranho”.
De resto, muita exclamação, muita reticência, muita interrogação. Como somos emotivos, apaixonados e patetas, antes de crescermos... E que saudades...!

2 comentários:

  1. De certeza tiveste imenso prazer em rever-te, quando tinhas essa idade e...se já gostavas de escrever, escrevias bem.
    Beijinhos

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  2. Obrigada pelo voto de confiança, mas vejo-me forçada a insistir: escrevia mal! Era toda coração...as palavras eram uma ferramenta que eu manuseava sem jeito nem sentido estético. Usava-as para lançar as minhas angústias ao universo e não para encontrar respostas. Essas, só a vida pode dar. Por isso escrevo hoje de outra forma. Ao recordar esses dias ingénuos, há uma parte de nós que suspira por algo que desapareceu.
    Beijos

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