domingo, 31 de maio de 2009

É tão bom ser pequenino...

Pelas sete das tarde fui fazer o meu "footing" habitual. Era dia de festa ali perto. A estrada, normalmente deserta e verdejante, estava decorada com carros e camionetas que levavam os visitantes ao festejo do santo: ao longe, escutei os foguetes e cantares, o acordeão, a voz abafada do "compère", e imaginei o porco assado no espeto, o vinho corrente, as bifanas, o pão saloio à fatia generosa. Vivo num cantinho que nem aldeia é. Nasci em Lisboa e fui fugindo para tocas cada vez mais minúsculas até dar aqui, a este lugar que nem festa própria tem, pois esta, a que decorria hoje, acontecia a 1 km do meu esconderijo, numa lugar que ainda não desistiu de ter o estatuto de aldeia. Como alfacinha, não entendo esta febre de ser grande. É tão bom ser-se pequenino...

2 comentários:

  1. Entendo o que diz, moro em uma cidade litoranea, não chega a ser muito afastada mas ainda conserva um pouco de interior, mas já começaram a exploração imobiliária, faço meu footing "aqui no Brasil chamamos caminhada", na orla e em noite de lua cheia é muito especial, mas o homem tem uma capacidade incrivel de complicar o que é simples, e sempre acha que crescer é valoroso, tens razão é bom ser "pequenino". Beijos.

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  2. Que bom seria que os que hoje têm o seu dia o percebessem também... ou talvez não. Mas é tão bom não crescer demasiado, não 'adquirir' o estatuto dos grandes, as responsabilidades dos grandes, os problemas dos grandes. Era tão bom ficar só pelos sonhos de crescer... mas ficar no regaço de quem nos vê sempre como pequeninos.

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